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Queda de temperatura aumenta incidência de alergias respiratórias

Mesmo quem não tem rinite alérgica, sofre com espirros constantes ao sair do banho ou de casa num dia frio. Médicos explicam os motivos, prevenção e tratamentos

 

Muita gente não entende porque os espirros aparecem tanto no frio, mesmo sem a pessoa estar resfriada, pois costumam associar alergias apenas à primavera e ao verão. No entanto, o inverno também pode desencadear sintomas desconfortáveis para aqueles que sofrem de alergias, como as rinites alérgicas, não alérgicas e alimentares. Embora o pólen seja menos prevalente, os ácaros, o mofo e os pelos de animais são os principais causadores de alergias.

O otorrinolaringologista Marco Cesar Jorge dos Santos, do Eco Medical Center, explica que existem dois grupos de rinites. O primeiro é o das rinites alérgicas, que fazem o nariz ter mais secreção, coceira e espirros na presença de pólen, poeira, mofo, etc. E há o grupo das rinites não alérgicas, que são aquelas que fazem a pessoa espirrar quando sai do banho ou liga o ar condicionado. Essa é a rinite vasomotora, gerada pela mudança de temperatura.

Mas o médico alerta para que não se confundam os sintomas da rinite com processos virais, muito comuns nessa época pela circulação de mais vírus. Apesar de apresentarem quase os mesmos sintomas, e também causarem obstrução nasal e coriza, os vírus ainda causam mal estar e não geram coceira em nariz, olhos, garganta e ouvido.

Na rinite, são sintomas clássicos o nariz, olhos e ouvido coçando, o nariz congestionado, ronco e mal estar durante o dia, devido à dificuldade respiração. “Isso altera o humor do paciente, leva a uma queda de produtividade no trabalho e nos estudos”, alerta o otorrinolaringologista.

 

Rinite x frio

Nessa época de variação climática, a mudança de temperatura acaba entupindo mais o nariz do paciente. Sem contar que a queda de folhas e a sua degradação, juntamente com ácaros e poluição que entram pelo nariz podem gerar muita coceira, coriza e congestão nasal. O otorrinolaringologista alerta que não há forma de tratar, apenas de prevenir. "Vale lembrar que a rinite alérgica, em muitos casos, vem da genética familiar", afirma.

Ele orienta que é importante a realização de um teste de alergia, o Prick Test, para entender quais alérgenos causam reação no paciente. A partir do resultado, a maneira mais eficiente de evitar os espirros e incômodos da rinite é evitar o contato com esses alérgenos. Em segundo lugar, é interessante fazer a lavagem nasal constante, com soro fisiológico, para retirar os alérgenos do nariz.

"Agora, se mesmo com esses cuidados, a pessoa ainda sofre muito com a coriza e a coceira, é preciso consultar um otorrinolaringologista, que vai prescrever medicamentos para aliviar os incômodos", alerta Marco Cesar.

 

Como prevenir a rinite e demais alergias

A médica alergologista Camilla Pereira, do Eco Medical Center, explica que a circulação de mais vírus de síndromes respiratórias no outono e no inverno intensificam os sintomas de alergias e podem gerar os broncoespasmos (contração repentina da musculatura dos brônquios associada à obstrução do fluxo aéreo, que podem causar falta de ar, dor no peito, tosse e até mesmo tontura e fraqueza).

Já em relação às alergias alimentares, elas também são prevalentes nos dias frios, principalmente pelo consumo de oleaginosas como pinhão, amendoim, nozes, leite e trigo/glúten.

Para evitar ou minimizar os impactos das alergias, a Dra. Camilla dá as dicas:

  • Manter a casa limpa e bem ventilada, para reduzir a umidade e a presença de mofo
  • Lavar roupas de cama regularmente em água quente (pelo menos a 60°C), para eliminar ácaros
  • Se tiver alergia a pêlos, evitar exposição a animais de estimação. Mantenha-o fora do quarto e dê banhos regulares no pet
  • Utilizar filtros de ar de alta eficiência, eles ajudam na remoção de alérgenos do ar
  • Evitar locais com multidões, para evitar exposição a vírus e bactérias
  • Ler sempre o rótulos do alimento
  • Consultar um especialista em caso de os sintomas persistirem ou se apresentarem de forma mais grave. "Ë fundamental buscar orientação médica para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado", completa a alergologista.

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