A amamentação é amplamente reconhecida como uma prática essencial para a saúde do bebê e da mãe. Além de fornecer todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento do recém-nascido, o aleitamento materno fortalece o vínculo entre mãe e filho, reduz o risco de doenças infantis e promove o bem-estar psicológico de ambos.
Foi nesse contexto que o Eco Medical Center realizou uma nova edição do Eco of Science, um evento dedicado à troca de conhecimentos entre profissionais de saúde e convidados interessados no assunto. Nesta edição, a amamentação foi o tema central, abordado por três especialistas que destacaram os inúmeros benefícios dessa prática, além de ressaltar a importância do apoio familiar.
Desenvolvimento infantil
Segundo a pediatra Alessandra Vieira, os benefícios do aleitamento materno vão muito além da nutrição. Ela enfatizou que o leite materno não só proporciona imunidade e proteção contra infecções, mas também desempenha um papel crucial no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança.
“O contato pele a pele, já na primeira hora de vida - a chamada Golden Hour - fortalece o vínculo entre mãe e filho e tem impactos positivos no desenvolvimento da fala, respiração e até no controle de emoções, como a raiva”, destacou a pediatra. Além disso, crianças amamentadas tendem a apresentar menos infecções respiratórias e diarreicas, além de terem menor predisposição a alergias. Sem contar o benefício econômico.
O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), de 2021 (o estudo 2024 está em fase de coleta de dados), apontou que a prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses no Brasil foi de 45,8%. A meta, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é chegar a 50% em 2025. E a expectativa é que esse índice alcance 70% até 2030. O Ministério da Saúde recomenda que bebês sejam amamentados exclusivamente com leite materno até os seis meses de vida. E que a amamentação seja prolongada até os dois anos ou mais, em paralelo com a introdução alimentar.
Apoio familiar: pilar essencial para o sucesso da amamentação
Um dos pontos altos da troca de conhecimentos foi a importância do envolvimento da família, especialmente do pai, no processo de amamentação. A mastologista Alessandra Amatuzzi reforçou que o suporte familiar, incentivando e dando apoio emocional, é fundamental para que a mãe consiga superar os desafios iniciais da amamentação, como a dor e o cansaço. É importante lembrar que as noites insones, amamentando o bebê, por mais exaustivas que sejam, são temporárias.
“O pai pode ser o maior incentivador ou, infelizmente, o maior desmotivador do aleitamento materno. Sua presença ativa, principalmente nos primeiros dez dias de vida do bebê, é crucial para o sucesso da amamentação”, explicou. Pais e familiares podem ajudar nas tarefas domésticas, trocar fralda, dar banho ou passear com o bebê enquanto a mãe descansa, oferecer água à mãe, já que a hidratação é de extrema importância para a produção de leite, além de estar sensível a todas as outras necessidades dessa mãe durante a amamentação e crescimento da criança.
Ela também abordou a importância de uma abordagem multidisciplinar no cuidado da amamentação, incluindo pediatras, mastologistas e consultoras de lactação.
O apoio da empresa onde a mãe trabalha também é fundamental para que a amamentação seja prolongada. Aconselha-se às instituições oferecer um local e tempo para que a mãe faça a ordenha do leite materno e que tenha onde armazená-lo de forma segura e higiênica. As pessoas que estarão com esse bebê na ausência da mãe também precisam de informação de qualidade, aprendendo a armazenar o leite materno, como manuseá-lo e como ministrá-lo ao bebê. Todos os envolvidos na rede de apoio precisam de apoio, incentivo e engajamento, para não desistirem diante das dificuldades.
Desmistificando a amamentação: saúde da mãe e do bebê
O ginecologista e obstetra Carlos Temporal abordou os mitos mais comuns em torno da amamentação, como a crença de que amamentar dói ou que pode causar alterações estéticas nas mamas. Ele esclareceu que, quando o bebê faz a pega corretamente, a amamentação não deve ser dolorosa.
“É fundamental desmistificar essas crenças e reforçar que a amamentação é uma das práticas mais importantes para a saúde da criança, reduzindo em até 13% o risco de mortalidade infantil antes dos cinco anos”, destacou o obstetra.
Dicas importantes para uma boa amamentação
Ao final do evento, os especialistas compartilharam dicas valiosas para facilitar o processo de amamentação:
* Início precoce: amamentar o bebê na primeira hora de vida (Golden Hour) é fundamental para fortalecer o vínculo e estimular a produção de leite.
* Apoio familiar: Encoraje o envolvimento do pai e dos familiares nas tarefas diárias para que a mãe possa se concentrar na amamentação.
* Hidratação e cuidados com a mama: Hidratar as mamas com cremes neutros na gestação e evitar sutiãs com aro podem prevenir fissuras e mastite. Preferir os sutiãs de algodão e com boa sustentação. Não fazer duchas nas mamas, pois pode criar fissuras no mamilo.
* A qualquer sinal de mama ingurgitada, avermelhada, mastite e fissura, ou de dor no amamentar, buscar ajuda do mastologista e do pediatra.
* Avaliação multidisciplinar: Consultar pediatras, mastologistas e consultoras de lactação pode ajudar a corrigir problemas de pega e evitar complicações.
* Aleitamento em livre demanda: Amamentar sempre que o bebê solicitar ajuda a manter a produção de leite e a garantir que o bebê receba todos os nutrientes necessários.
* Uma fonte de informação importante para saber quais medicamentos a mãe pode tomar durante a amamentação é o site e-Lactância.
O Eco of Science reforçou a importância de práticas atualizadas e do envolvimento de toda a família para o sucesso da amamentação, destacando como o apoio e a orientação adequados podem fazer toda a diferença para a saúde da mãe e do bebê.
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